O Vavadiando merece destaque no blogue "Pnetmulher". Aqui se transcreve a referida crónica da autoria de Teresa Castro. Com o nosso obrigado e o desejo das maiores felicidades para a nova tertúlia.
Va.Va.Diando, Fado e Inquietação
temas: sociedade civil, nacional
Ilustração de Manuela Pinheiro
[09-02-2009] Teresa Castro
temas: sociedade civil, nacional
Ilustração de Manuela Pinheiro
[09-02-2009] Teresa Castro
Outras tertúlias terminam dias em Lisboa. Uma se apresta a surgir sob o patrocínio de duas cronistas do PNET Mulher. Nome ainda uterino. Será modesta ao nascer. Disposta a agregar tertulianos amigos e amigos dos amigos que nossos amigos são. A «família» PNET dispondo, à partida, de lugar cativo. Ideias intercambiadas que garantam arredada a venialidade pecaminosa do atafulho sem primor.
Café, snack-bar, restaurante, à esquerda de quem sobe a Av. Estados Unidos e cruza a Av. De Roma. Sítio de meia-idade; cinquenta anos de bons serviços aos indefectíveis clientes que, como ele, assistiram e sobreviveram ao envelhecimento das Avenidas Novas. Dos prédios, outrora significantes do bem-viver da elite lisboeta, saem, hoje, casais idosos habituados à tinta lascada que despe as paredes exteriores. Andando um pouco, tomam assento no Vává. Desde os anos 60 e 70 estão habituados a verem entrar gentes maduras e jovens, alguns deles sóis da intelectualidade nacional, teóricos e/ou praticantes do activismo boémio. Capital outra que por ali desliza.
O realizador Lauro António, comunicador de excelência, fomenta vadiagem cultural na forma da tertúlia Vá.Vá.Diando. Actores, escritores, políticos, pintores, músicos e compositores, todos cimeiros no pensar e viver da alma portuguesa que o mundo reflecte, lustram os periódicos encontros à quinta-feira. Ambiente íntimo e acolhedor. Os novatos recebidos com gosto e simpatia. E, terminado o jantar informal, as vozes silenciam e dão lugar à do convidado. O diálogo vem depois. Pelas onze e trinta, porque sexta é dia de afazeres, regressam a casa almas cheias do muito bom e melhor.
A “Tertúlia do Fado e Inquietação” é rio autónomo e afluente do Vá.Vá.Diando. À beira-rio, no "Espaço Tejo", as luzes da ponte que margens unem, são estrelas da noite inquieta por fados e fatuns. A canção Coimbrã preserva, traçada a preceito, a negra capa nos ombros. Desculpadas as palmas que substituem o clássico pigarrear na Serenata Monumental. Voz funda e requebrada emerge, intensa, da Patrícia Norton Brandão. Outras, entre elas a da Anabela Paixão, igualmente perturbadoras. À solta, a fala do Vítor Ramalho desinquietando o pós-pandrial. E das velas dos candelabros que centram as mesas surge luz cúmplice com a interioridade que os olhares denunciam. O Tejo, rio e demanda, como cenário-testemunha.
Outras tertúlias terminam dias em Lisboa. Uma se apresta a surgir sob o patrocínio de duas cronistas do PNET Mulher. Nome ainda uterino. Será modesta ao nascer. Disposta a agregar tertulianos amigos e amigos dos amigos que nossos amigos são. A «família» PNET dispondo, à partida, de lugar cativo. Ideias intercambiadas que garantam arredada a venialidade pecaminosa do atafulho sem primor.
Nota: está aberto concurso para o baptismo da tertúlia em gestação que das artes às ciências, tudo irá debater.
1 comentário:
Sinto orgulho, que não disfarço, pela permissão de estar presente numa tertúlia que enche a alma de conhecimento e afecto.
O aprender-vício fica satisfeito. O palato igualmente.
E ver transcrita a crónica publicada no site PNET Mulher, é afabalidade que não esqueço.
Obrigada,
Teresa C.
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